O BOTO - Alter do Chão
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Balão de São João

O BOTO
jun. 25 - 1 min de leitura
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Por Eduardo Serique

A noite de São João é tão boa,
Que até dá vontade de pedir a Deus
Que ela nunca acabe.
Não acaba nunca, Deus,
Com essa festa!

As pessoas dançando
Ao redor da fogueira,
O fole que não para de tocar,
O sorriso estampado
No rosto de toda gente,
Vê, Deus, quanta alegria,
Não acaba nunca, Deus,
Com esse dia!

A única vez que me ocorreu ser feliz
Era noite de São João:
O casamento na roça,
Lembro ainda,
A noiva de véu e grinalda,
As moças vestindo xita,
Os mancebos de cambraia,
As quadrilhas,
Os cordões de pássaro,
As guloseimas,
Fogos em profusão
Estourando no céu.
Eu olhava e pedia:
Não acaba nunca, Deus, este dia.

Não acaba nunca, Deus,
Essa felicidade sem medida,
Esse fogo ardendo
Cá dentro de mim,
Não apaga, Deus.
Deixa-me voar, Deus, eu pedia,
Deixa-me subir no céu,
Olhar as estrelas bem de perto,
E ver lá de cima
O mundo em festa
Como se amanhã não mais houvesse.

 

 

Deixa-me subir, Deus,

Deixa-me subir

Um pouco mais ainda,

Que eu me sei balão

 

 

De São João.

E antes mesmo da noite finda

Nada restará de mim,

Eu sei,

Nada restará senão

Um vil punhado de cinza.

 


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